A vida é feita de escolhas e suas consequências e, com isso, vamos moldando o nosso destino. Sendo assim, por conta dos erros cometidos no passado – seja desta, e, principalmente, de outras vidas – o livre arbítrio é muito limitado.
Visto por esse ângulo, quanto mais carma você contrai, menor será o seu livre arbítrio, seu poder de escolha. Por outro lado, quanto menos carma, maior será sua autonomia, sua liberdade de viver a vida que você gostaria.
É o caso de uma paciente que sofria de solidão e, com frequência, era demitida das empresas onde trabalhava.
Caso Clínico: Solidão e perdas de empregos.
Mulher de 35 anos, solteira.
Após passar por 5 sessões de regressão, na 6ª e última sessão, a paciente relatou:
– Tenho a impressão de estar num campo de flores e sol bem quente…É uma cena de uma vida passada.
– Como você está vestida?
– Uso um vestido dos anos 20, comprido, de manga, e a gola é de renda. Sou bonita, uns 40 anos, clara, mais para loira…. Estou fugindo com uma mala enorme e me sinto perdida.
– Você está fugindo de quem?
– De um casamento imposto pelo meu pai, com um homem mais velho…. Estou perdida, não sei para onde ir, eu me sinto desesperada…. Acabo voltando para casa, mas não sou bem recebida, pois os empregados não me deixam entrar.
Falam que não estou autorizada a entrar, ordem do meu marido. Vou embora de novo, fico perambulando pelas ruas…. Acho que é na Itália.
As pessoas me chamam de louca, contraio uma doença, tusso muito e respiro mal…Acho que estou com tuberculose e acabo morrendo sozinha na rua. (Pausa).
– Pergunte em pensamento à sua mentora espiritual por que ela te mostrou essa vida passada?
– Responde que sempre me pergunto: – Por que que me sinto sozinha?
– Esclarece que durante muitas vidas eu escolhi a solidão, que nunca estava contente com que tinha, e que nessa vida passada fugi de casa porque queria encontrar um homem mais jovem, que eu gostasse; por isso, larguei meu casamento.
Minha mentora espiritual explica que sempre fugi da situação em que vivia para encontrar uma coisa melhor, pois achava que merecia uma coisa melhor. Diz que eu deveria encarar, enfrentar a realidade tal como ela apresenta, e não fugir dela.
– O que você precisava aprender em suas vidas passadas?
– Cumprir acordos, terminar a minha estória, evitando fugir.
Diz ainda que em outras vidas fugi de países, continentes, por estar insatisfeita, pois eu era um poço de insatisfação. Afirma que não adiantou eu ter mudado de país, pois a insatisfação continuou porque não mudei por dentro, internamente.
Fala que a felicidade não está fora, mas, dentro de mim, pois é uma conquista interior.
Fala também que hoje faço a mesma coisa, mudando de empregos, pois estou sempre insatisfeita, e que continuo buscando a felicidade, a satisfação fora, e não dentro de mim. Esclarece que a vida é feita de escolhas, mas elas têm consequências.
– Naquela existência passada, ao invés de fugir de seu casamento, o que você poderia ter feito?
– Explica que eu poderia ter conversado com o meu marido, mesmo em tempos difíceis. Deveria ter feito de outra forma e não ter saído de casa como uma fugitiva, com uma mala na mão. Pede para parar de fugir de tudo. Diz que hoje fujo do meu trabalho e, mesmo sendo difícil, não é para fugir. Diz ainda que fui demitida várias vezes porque inconscientemente procurei empresas que estavam na fase de demissão.
– Por que essa tendência de fugir, ao invés de encarar a realidade?
– Esclarece que fugir é o caminho aparentemente mais fácil, mas, que na vida tudo requer treino, isto é, um bom treinamento. Por isso, reitera para eu não fugir de situações estressantes nas empresas, não desesperar, e não criar situações para facilitar minha demissão. Meus chefes – ela afirma – sabiam de meu poder de manipulação, sentiam isso inconscientemente.
Está encerrando a terapia, citando a máxima de Cristo: “Bem aventurados os mansos e pacíficos”.
Pede para ser mais mansa, pacífica, dulcificando o coração, pois sou muito impulsiva e explosiva. A paciência e a persistência são as principais lições de vida que preciso aprender
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