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Foto do escritorOsvaldo Shimoda

Influência espiritual em nosso cotidiano

Um interlocutor perguntou à Kardec até que ponto um obsessor espiritual influência em nossas vidas?

Ele respondeu: “Muito mais do que vos imaginais, a ponto de vos dominar”.

O codificador do Espiritismo estava se referindo aos casos mais crônicos de obsessão espiritual, o que ele chamou de subjugação.

Antes de começar a trabalhar com a TRE (Terapia Regressiva Evolutiva), em 2006, através da regressão de memória, quando em meu consultório escutava o meu paciente dizendo no divã: “Não vou embora, essa pessoa (paciente) vai ter que pagar pelos seus erros!”.

Achava de forma equivocada, que esse paciente sofria de um transtorno psiquiátrico, isto é, de histeria e fragmentação de personalidade.

Esta interpretação, na época, ia de encontro com a minha formação psicanalítica, pois, não acreditava em reencarnação, vidas passadas, e, muito menos, em espíritos obsessores.

No entanto, o meu trabalho diuturno, sistemático com os espíritos obsessores, dentro da TRE, me levou a rever minhas próprias crenças no tocante à vida depois da morte e à sobrevivência da consciência.

Nas sessões de regressão, muitos pacientes me relatavam que viam seus desafetos (obsessores espirituais) frente a frente, ou seja, seus rostos apareciam na frente deles.

Quando o obsessor espiritual aparece nas sessões de regressão, ele está ciente de tudo o que está ocorrendo na vida do paciente.

Muitos demonstram raiva contra essa terapia, a TRE, pois sabem que o tratamento irá beneficiar o seu desafeto, o paciente. Chegam até a impedir que ele vá ao meu consultório.

Numa ocasião, um paciente chegou atrasado em sua primeira consulta, pois alegou que não conseguia encontrar a numeração de meu consultório, embora o número estivesse bem visível e a sua localização fosse de fácil acesso.

Esse contratempo, é comum ocorrer quando os pacientes vêm ao meu consultório, pois seus obsessores espirituais boicotam, impedindo que os mesmos façam essa terapia.

Trabalhando com os pacientes obsidiados espiritualmente, percebi que eles costumam apresentar os seguintes sintomas: Cansaço constante (diminuição do nível de energia), dores no corpo, enxaquecas, insônia, falta de concentração, irritação, ansiedade, temores infundados, obesidade, asma, alergias, etc.

É importante ressaltar, que quando o paciente vem em meu consultório com esses sintomas, ou com alguns deles, é praxe eu solicitar uma avaliação médica, antes de iniciarmos a terapia regressiva, para descartar que esses sintomas tenham uma origem orgânica.

Em outras palavras, dentro da TRE, o paciente é tratado como um ser holístico, em sua totalidade (mente, corpo e espírito).

Por outro lado, é importante dizer, que muitos pacientes vêm à terapia de regressão para resolver seus problemas como num “passe de mágica”, pois, acham que, apenas regredindo, vão resolver seus problemas.

Não percebem que, para se resolver um problema, é preciso abrir mão de alguma coisa, e que é necessário trabalhar, após a regressão de memória, o conteúdo inconsciente de seu passado.

Veja o caso de uma pessoa depressiva. É um indivíduo emburrado, irritado, porque a vida não atendeu aos seus desejos.

Ele não se conforma porque as coisas não aconteceram como ele queria.

Na verdade, por trás de todo depressivo, existe um caráter prepotente.

Ele quer que as coisas aconteçam do seu jeito. E, se não acontece, fica muito irritado. Daí a sua frustração, queixa e desânimo.

Em muitos pacientes, o caráter prepotente vêm de várias existências.

Agora, o pior dos prepotentes é ser prepotente consigo mesmo, isto é, não se amar e não se aceitar de jeito nenhum. É ser irredutível em mudar o seu modo de se tratar.

É aquela pessoa intolerante, inflexível na maneira de se ver. Recusa-se a se ver com bons olhos.

Essa pessoa, evidentemente, precisa fazer uma reformulação íntima, compreender o seu passado e as relações com o presente.

Muitos vêm à terapia para curar de suas dores, mas não estão dispostos a fazer suas próprias mudanças, abrir mão de sua prepotência.

E o que acontece quando uma pessoa quer tudo do seu jeito?

Caminha para a raiva. É aí que frequentemente entra em contato com o seu desafeto (obsessor espiritual) de vidas passadas.

Essa presença espiritual não aparece por acaso, mas, pela vibração negativa que o paciente emana, oriunda de seus pensamentos, sentimentos e atitudes negativas, cultivadas no seu cotidiano, tais como mágoa profunda, irritação, medos, sentimentos de inferioridade, depressão, autopiedade, etc.

A bem da verdade, é importante dizer que as pessoas se unem não só pelo amor, mas também pelo ódio.

Portanto, temos que ter consciência de que a obsessão espiritual é um processo bilateral, em que há sempre uma relação de cumplicidade entre o obsessor espiritual e o obsidiado.

Neste sentido, a TRE (Terapia Regressiva Evolutiva) é uma terapia que visa abrandar o coração dos envolvidos, paciente e seu obsessor espiritual.

Mas, para que isso aconteça, é necessário que o paciente (obsidiado) tenha humildade e saiba pedir perdão de coração ao seu desafeto espiritual.

Assim, ambos, acabam recebendo os benefícios dessa terapia, libertando-se das amarras de seu passado.

Caso Clínico: Homem de 32 anos, Solteiro.


Veio em meu consultório, pelo fato de ser uma pessoa muito insegura. Tinha dificuldades em tomar decisões, o que, evidentemente, o afetava em sua vida.

Entrava em pânico ao ter que enfrentar situações novas.

O medo de errar, de tomar decisões erradas, o deixava muito angustiado. Daí o hábito de protelar, adiar suas decisões.

Costumava ser condescendente com os erros alheios; porém, muito intolerante com os seus erros.

Tinha também muita dificuldade em desagradar às pessoas, de dizer não. O sentimento de culpa era também uma constante em sua vida.

Ao regredir, ele se viu numa vida passada amarrado numa árvore, com roupa de soldado.

Ele me relatou: “Sinto muito medo de morrer. As minhas costas doem muito. O general diz que sou um traidor”.

Subitamente, o paciente solta um gemido: “Ele enfiou uma lança em meu abdômen e está dizendo aos outros homens baterem em mim”.

A nossa tropa estava cavalgando numa estrada, e um senhor me abordou, pedindo um prato de comida... Ele é o meu pai da vida atual.

Eu parei para ajudá-lo e foi aí que o meu general enfiou uma lança em meu abdômen. Estou caído no chão e o general foi embora com a tropa.

Esse senhor está colocando a minha cabeça no colo dele, pedindo para perdoá-lo. Balbucio, dizendo-lhe que a culpa não é dele.

Eles retornaram e acabaram matando esse senhor. Estão me arrastando, estou com muito medo de morrer. Eu não sinto mais as minhas pernas.

Eles estão com muito ódio, principalmente o general que me enfiou a lança. Ele está esbravejando. Fala que eu não sou um líder. Está cuspindo em mim. Diz que eu não soube aproveitar tudo o que ele me dera. Esse homem, o general, é o meu pai nesta vida passada. Ele diz que eu o decepcionei porque não cumpri a ordem dele de matar aquele senhor.

Noutra ocasião, ele me mandou incendiar uma aldeia, e eu não consegui cumprir as suas ordens. Não é certo matar às pessoas (chora copiosamente).

Ele não me entende. Tenho medo dele. Ele mata às pessoas com muita facilidade. Eu tenho medo de Deus. Eu não posso fazer isso porque Deus vai me punir.

O general diz que eu nunca vou ter paz, que ele vai me perseguir eternamente, porque eu o desonrei.

Ele diz que existem os fortes e os fracos. E que se eu não fosse forte, não merecia viver.

Ele me mandava matar, punir os que o desobedeciam, enfiando estacas em suas mãos. Fico com ânsia de vômito, sempre que eu tenho que matar alguém.

Eu faço isso porque ele me obriga. Deus tem que me perdoar. Essas pessoas mortas vão me perseguir eternamente. Eu me sinto culpado pela morte dessa gente.

Antes de meu pai enfiar a lança em mim, ele me falou que sou a maior decepção de sua vida.

Ele me arrasta pela rua e diz para todos: “Isso é o que se faz com os fracos, com os traidores”.

Meu pai dizia que os animais mereciam mais respeito do que os homens fracos, que Deus fez o mundo para nós governarmos, e que, portanto, temos que seguir a justiça divina “Olho por olho, dente por dente”.

Não há espaço para a misericórdia, porque Deus não fez a misericórdia”.

Em seguida, peço ao paciente que adiante a cena, que recordasse o momento de sua morte.

“Estou sendo queimado, estou com muito ódio de meu pai. Eu vou encontrar com Deus, ele vai me punir. Me desculpe, eu fui obrigado (começa a chorar).

Estou vendo todas as pessoas que eu matei. Está tudo escuro, estou com muito medo, vou ser punido”.

Após sua morte física, peço-lhe que descrevesse o que estava vivenciando?

“Estou flutuando dentro do útero de minha mãe. Eu não fui punido. Estou seguro aqui. Ainda dói muito o meu abdômen e as minhas costas. Eu não vejo o meu corpo, pois me sinto no útero de minha mãe... Agora, estou me vendo nascer. Estou chorando muito”.

Peço, em seguida, para que recorde qual o seu propósito de vida para esta vida atual?

“Eu só quero pagar por tudo o que fiz na vida passada. Eu tenho um débito muito grande. Eu não posso errar com ninguém na vida atual (pausa).

Estou me lembrando agora, que quando tinha 17 anos, nessa vida atual, o general veio me ver.

Ele sentou-se na minha cama, à noite, quando eu estava quase dormindo. Na ocasião, fiquei com muito medo. Sabia que o conhecia. Ele veio para me dizer que eu não podia errar.

Um dos que matei, veio gargalhar de mim e falou que eu não tinha mudado em nada, e que sempre que eu errasse, iria me punir. A cada erro meu, ele iria aparecer e me punir.

Pedi para que o paciente fizesse a oração do perdão em sua casa, emanando a luz dourada de Cristo aos seus obsessores espirituais.

O paciente fez essa oração durante 21 dias consecutivos, e, após esse período, encaminhou todos os seus desafetos espirituais à luz.

Em sua última sessão de regressão, ele me deu um feedback dizendo que estava se sentindo mais seguro, não estava mais protelando as suas decisões, e, também não estava mais sentindo culpa, o que era uma constante em sua vida.


Demos por encerrado o tratamento.




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